Durante negociações realizadas em Istambul, a Rússia formalizou suas exigências para um possível cessar-fogo no conflito contra a Ucrânia. As condições foram reunidas em um memorando que pede, entre outros pontos, o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia e sobre as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Jersón, áreas atualmente ocupadas por Moscou.
O documento também exige que a Ucrânia adote uma posição de neutralidade internacional. Isso significaria, na prática, não se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), não sediar bases militares estrangeiras e manter distância de alianças militares ocidentais.
A Rússia quer ainda o desmantelamento de grupos nacionalistas armados na Ucrânia, a limitação do tamanho das Forças Armadas do país e o reconhecimento do russo como idioma oficial. Outra exigência é o fim das restrições impostas à Igreja Ortodoxa Ucraniana ligada ao Patriarcado de Moscou.
A proposta russa inclui um cessar-fogo inicial de dois a três dias para ações humanitárias, como retirada de corpos em campo de batalha. Depois, o plano prevê um acordo temporário de 30 dias, durante o qual tropas ucranianas deveriam se retirar completamente das regiões reivindicadas por Moscou.
O governo da Ucrânia, por sua vez, considera essas condições inaceitáveis. Kiev defende um cessar-fogo imediato e sem exigências como ponto de partida para qualquer negociação de paz. Ainda não há consenso, mas as partes concordaram em manter o diálogo aberto nas próximas rodadas.
Fontes:
G1 Globo