O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou, nesta quinta-feira (12), a Operação Coringa, visando desarticular um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel na Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). A ação cumpre 30 mandados judiciais no Distrito Federal e no Piauí, com alvos que incluem servidores públicos, empresários, empresas de engenharia, a própria Novacap e até um supermercado ligado à família do principal investigado, Francisco José da Costa, conhecido como “Chiquinho”, ex-diretor financeiro da companhia.
Segundo as investigações, entre 2021 e 2022, servidores públicos teriam agilizado o pagamento de contratos com empresas responsáveis por obras públicas em troca de propina, cerca de 2% do valor pago. O total movimentado pelas construtoras ultrapassa R$ 110 milhões.
O esquema envolvia a utilização de contas bancárias de familiares para movimentar os valores ilegais. Cada servidor exercia uma função no esquema, desde a liberação de pagamentos até a organização do repasse dos valores ilícitos. As construtoras, que deveriam competir entre si em processos licitatórios, atuavam de forma coordenada, indicando um possível cartel para fraudar licitações públicas.
A operação é um desdobramento das investigações do MPDFT e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que identificaram um sofisticado esquema de corrupção envolvendo servidores da Novacap e empresas contratadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF).