Um estudo inédito realizado na cidade de São Paulo revelou que moradores das periferias têm maior risco de contrair a Covid-19 mais de uma vez. A pesquisa, conduzida pela Prefeitura de São Paulo, apontou que a taxa de incidência da doença é significativamente mais alta em bairros periféricos em comparação com áreas centrais da cidade.
Segundo os dados, a população residente em regiões como Brasilândia, Sapopemba, Campo Limpo e Capão Redondo apresenta uma taxa de contaminação três vezes superior à observada em bairros de classe média e alta. Essa disparidade está relacionada a fatores como menor acesso a serviços de saúde, condições de moradia precárias e dificuldade de adesão ao isolamento social, uma vez que muitos moradores dependem do trabalho presencial para sua subsistência.
Além disso, a pesquisa identificou que pessoas com menor escolaridade e renda também estão mais expostas ao vírus. Indivíduos com ensino fundamental incompleto ou sem instrução apresentaram taxas de infecção superiores às daqueles com ensino superior completo. Da mesma forma, moradores de domicílios com maior número de pessoas também têm maior probabilidade de contrair a doença.
Esse cenário evidencia como a desigualdade social impacta diretamente na saúde pública, tornando as populações mais vulneráveis mais suscetíveis à infecção e reinfecção pelo coronavírus. Especialistas alertam que é fundamental implementar políticas públicas que promovam a equidade no acesso à saúde e informações, além de reforçar as medidas de prevenção nas áreas mais afetadas.