Mohammed Ibrahim Hassan Sinwar nasceu em 16 de setembro de 1975, no campo de refugiados de Khan Yunis, na Faixa de Gaza. Ingressou no Hamas em 1991 e, em 2005, tornou-se comandante da Brigada de Khan Yunis. Ele foi um dos líderes por trás do sequestro do soldado israelense Gilad Shalit em 2006, evento que culminou na libertação de Shalit em troca de 1.027 prisioneiros palestinos.
Após o falecimento de seu irmão Yahya Sinwar, em outubro de 2024, Mohammed assumiu a liderança do Hamas na Faixa de Gaza e o comando das Brigadas Izz al-Din al-Qassam. Sob seu comando, o grupo intensificou ataques contra Israel e aumentou o recrutamento de combatentes, reforçando sua influência na região.
Ataque aéreo israelense que matou Mohammed Sinwar
Em 13 de maio de 2025, um ataque aéreo israelense atingiu um bunker subterrâneo sob o Hospital Europeu, em Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza. O ataque resultou na morte de 26 pessoas, incluindo Mohammed Sinwar e outros membros do Hamas. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que “segundo todas as indicações, Mohammed Sinwar foi eliminado”.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu confirmou a morte de Sinwar em 28 de maio de 2025, em sessão no parlamento, ressaltando que essa eliminação representa um golpe significativo para o Hamas.
Impacto da liderança e legado de Mohammed Sinwar
Conhecido por atuar “nos bastidores” — o que lhe rendeu o apelido de “Sombra” — Mohammed Sinwar teve papel crucial na organização e execução de ataques contra Israel. Entre esses ataques, destaca-se o ocorrido em 7 de outubro de 2023, que causou a morte de aproximadamente 1.200 israelenses e resultou na captura de mais de 250 reféns.
Sua morte faz parte de uma estratégia israelense para desmantelar a liderança do Hamas e enfraquecer suas operações na região. No entanto, analistas apontam que, apesar da eliminação de Sinwar ser um golpe importante, o Hamas pode continuar suas ações devido à sua estrutura descentralizada e à presença de outros líderes, como Khalil al-Hayya, que mantém negociações com o Catar e os Estados Unidos.
O futuro do conflito Israel-Hamas
A morte de Mohammed Sinwar representa um ponto de inflexão no conflito entre Israel e o Hamas. Ainda que sua eliminação tenha impacto imediato, o efeito estratégico a longo prazo dependerá da capacidade do Hamas de se reorganizar e da eficácia das ações israelenses para conter suas operações no futuro.