A Justiça de Mato Grosso suspendeu o show do cantor Leonardo, que aconteceria no dia 1º de junho durante a 13ª Feira Cultural de Gaúcha do Norte. O evento, organizado pela prefeitura local, previa o pagamento de R$ 750 mil à empresa Talismã Administradora de Shows, responsável pela carreira do artista.
O valor chamou a atenção do Ministério Público do Estado (MPMT), que apontou indícios de superfaturamento. Segundo o órgão, o cachê pago pela prefeitura está acima da média nacional e estadual. Em apresentações realizadas entre 2022 e 2023 em cidades do interior de Mato Grosso, o valor do show variou entre R$ 380 mil e R$ 550 mil. Em outros estados do país, a média ficou em R$ 432 mil.
Com base nesses dados, o MPMT apontou um sobrepreço de aproximadamente R$ 298.750 em relação à média estadual e de R$ 318 mil comparado ao valor nacional. A promotoria ainda afirmou que o contrato não apresenta elementos suficientes para justificar a diferença.
Diante dos indícios, a Justiça determinou a suspensão imediata do contrato e proibiu a prefeitura de realizar quaisquer pagamentos ou gastos adicionais com o evento — como estrutura de palco, som, hospedagem ou alimentação. Em caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 3 mil.
A prefeitura alegou que o valor foi definido com base em fatores logísticos e de mercado. Já a empresa Talismã defendeu que o cachê está dentro dos padrões praticados para eventos de grande porte e considerou os custos operacionais no preço final.
O caso segue sob apuração do Ministério Público e o show, por ora, está oficialmente cancelado.
Fonte: G1