A Polícia Federal concluiu a investigação sobre o esquema conhecido como “Abin paralela”, que envolvia espionagem ilegal durante o governo Jair Bolsonaro. No total, 35 pessoas foram indiciadas, entre elas o ex-presidente, seu filho Carlos Bolsonaro, o deputado Alexandre Ramagem e o atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa.
A apuração revelou que, entre 2019 e 2023, foi utilizado um software chamado FirstMile para monitorar autoridades públicas, jornalistas e ativistas, sem autorização legal. Essas informações eram usadas para ataques políticos, coordenados por um grupo conhecido como “gabinete do ódio”, liderado por Carlos Bolsonaro. A investigação aponta que Jair Bolsonaro tinha conhecimento das ações e delas se beneficiava.
Além disso, o diretor Luiz Fernando Corrêa foi indiciado por obstrução da Justiça, por supostamente tentar encobrir as atividades ilegais. Entre os alvos da espionagem estavam ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ex-presidentes da Câmara dos Deputados e governadores.
O relatório final da Polícia Federal foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob sigilo, cabendo agora à Procuradoria-Geral da República decidir sobre o oferecimento de denúncia contra os envolvidos. Esse caso soma-se a outras investigações contra Jair Bolsonaro, incluindo tentativas de golpe e uso irregular de recursos públicos.