Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com a Universidade de Stanford, realizaram um estudo inovador sobre o uso do chamado “pijama dos dentes” — um aparelho de avanço mandibular — como tratamento para a apneia obstrutiva do sono. Essa condição, que afeta uma parcela significativa da população adulta, provoca pausas na respiração durante o sono, gerando fadiga, dores de cabeça e aumentando o risco de doenças graves, como AVC e infarto.
O estudo acompanhou quase mil pacientes por mais de dez anos e revelou que 44,6% deles mantiveram o uso do aparelho a longo prazo, o que demonstra alta adesão e aceitação. Além disso, os usuários relataram melhorias expressivas na qualidade do sono, com redução dos sintomas típicos da apneia, como a sonolência diurna excessiva e as dores de cabeça matinais.
Diferente do tratamento convencional com CPAP, que envolve uma máscara ligada a um compressor de ar, o “pijama dos dentes” é um dispositivo intraoral que reposiciona a mandíbula para frente, facilitando a passagem do ar durante o sono. Essa abordagem é apontada como mais confortável e menos invasiva, o que contribui para que os pacientes permaneçam em tratamento por períodos mais longos.
Considerando que a apneia do sono está associada a sérios riscos à saúde, a descoberta de um tratamento eficaz e tolerável é fundamental para ampliar as opções terapêuticas disponíveis e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.