Na terça-feira (6), um grave acidente ocorreu na Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo, resultando na morte de Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, de 35 anos, que ficou preso entre a porta do trem e a da plataforma na estação Campo Limpo. A vítima, que deixou três filhos, é o mais recente caso de um acidente relacionado à falta de sensores de presença, tecnologia que poderia evitar esses incidentes ao detectar a presença de objetos ou pessoas no vão entre o trem e a plataforma.
Falta de sensores de segurança nas plataformas da Linha 5-Lilás
A ViaMobilidade, empresa responsável pela Linha 5-Lilás, informou que atualmente há sensores apenas nos trens, impedindo a partida com as portas abertas, mas não há dispositivos para evitar acidentes no espaço entre o trem e a plataforma. A empresa comprometeu-se a instalar os sensores até fevereiro de 2026.
Soluções emergenciais até a instalação dos sensores
Até a instalação definitiva dos sensores, a ViaMobilidade adiantou que implantará barreiras físicas nas plataformas, como hastes metálicas, para bloquear o fechamento das portas caso haja algum objeto ou pessoa no vão. O presidente da empresa, Francisco Pierrini, afirmou em entrevista que a instalação dos sensores de presença será uma prioridade, visando garantir maior segurança aos passageiros.
Linha 3-Vermelha do Metrô já possui sensores de presença
Ao contrário da Linha 5-Lilás, a Linha 3-Vermelha, operada pelo Metrô de São Paulo, já conta com sensores de presença no vão entre o trem e a porta da plataforma. Esses sensores funcionam em conjunto com as portas automáticas e garantem que os trens só partam quando as portas estão completamente fechadas, evitando que passageiros fiquem presos.
Segurança nas plataformas: críticas e falhas identificadas
Especialistas em segurança, como Luis Kolle, engenheiro do Metrô de São Paulo, afirmam que o vão sem sensor na Linha 5-Lilás representa uma falha importante no sistema de segurança. Para o vice-presidente da Fenametro, Alex Santana, a falta de sensores e a falta de visibilidade no vão dificultam a prevenção de acidentes.
Além disso, Moacyr Duarte, especialista em análise de risco, destacou que a falta de estudo adequado para a implantação das portas na Linha 5-Lilás contribui para esse tipo de acidente, já que o espaço entre as portas deveria ser dimensionado para não permitir que uma pessoa ficasse preso ali.
Repercussão e investigação
Após o acidente, o deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) entrou com uma representação no Ministério Público, pedindo a revogação da concessão da ViaMobilidade. O caso segue sendo investigado pelas autoridades competentes, enquanto a pressão por mudanças nas linhas operadas pela concessionária cresce.