Em abril de 2025, a Câmara Municipal de Cuiabá foi abalada por uma operação que resultou no afastamento de vereadores suspeitos de envolvimento em um esquema de propina e corrupção. A investigação, conduzida pelo Ministério Público, revelou irregularidades na contratação de serviços gráficos e na distribuição de verbas públicas.
O Caso dos “Livros Fantasmas”
O ex-presidente da Câmara, João Emanuel, foi condenado por liderar um esquema que desviou aproximadamente R$ 8,8 milhões dos cofres públicos. O plano envolvia a contratação da empresa Propel Comércio de Materiais para Escritório para fornecer 150 mil exemplares do livro “História do Parlamento Cuiabano”. No entanto, apenas 33 unidades foram entregues, e os pagamentos foram realizados sem a devida comprovação de entrega dos materiais.
Envolvidos e Condenações
Além de João Emanuel, outras três pessoas foram condenadas:
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Gleisy Ferreira de Souza: Empresário proprietário da Propel, condenado a devolver R$ 3 milhões.
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Aparecido Alves: Ex-secretário geral da Câmara, condenado a devolver R$ 1,7 milhão.
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Renan Moreno Lins de Figueira: Ex-chefe do almoxarifado, condenado a devolver R$ 1,1 milhão.
As condenações incluem a devolução dos valores desviados, inelegibilidade por oito anos e proibição de receber incentivos fiscais por dez anos.
Detalhes da Fraude
A fraude foi possível graças à nomeação estratégica de aliados em cargos-chave dentro da Câmara, permitindo a aprovação e pagamento de contratos fraudulentos. As notas fiscais foram emitidas em um curto período, incompatível com a produção dos materiais, evidenciando a simulação das aquisições.
Impacto Político e Repercussões
O escândalo gerou grande repercussão política, levando ao afastamento dos envolvidos e à abertura de processos judiciais. A população e os órgãos de controle exigem maior transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos.
Fontes: RepórterMT