O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o maior do país, ainda enfrenta uma grande disparidade racial e de gênero entre seus desembargadores e juízes de segundo grau. Com um total de 448 julgadores, apenas 17% são mulheres (76 de 448), e 1% são negros (apenas um desembargador se declarou preto, e oito como pardos).
Em contraste, a população do estado de São Paulo é majoritariamente composta por 41% de pretos ou pardos, enquanto 58% são brancos, de acordo com a Fundação Seade de 2022. A disparidade de gênero também se reflete em um cenário com 83% de magistrados homens.
O TJ-SP, embora tenha avançado em relação à diversidade, ainda lida com desafios para promover maior inclusão racial e de gênero. O órgão tem implementado algumas políticas afirmativas, como a criação de concursos exclusivos para juízas, mas ainda é criticado por não gerar mudanças mais rápidas e efetivas.
A advogada Priscila Pamela, especialista em raça, gênero e direitos humanos, destaca que a falta de diversidade no judiciário impacta diretamente as decisões judiciais, pois um maior número de perspectivas poderia gerar uma justiça mais próxima das realidades da população.
Embora haja um movimento de conscientização dentro do TJ-SP, os números ainda refletem a resistência histórica para o ingresso de mulheres e negros no poder judiciário.
Fonte: g1 SP,