Uma investigação reveladora aponta que uma instituição sem fins lucrativos, supostamente dedicada a projetos sociais, estava, na verdade leiloando madeira ilegal apreendida em operações. Localizada em Feliz Natal, a 538 km de Cuiabá, a entidade, coordenada por agentes públicos, operava como um “grêmio desportivo” para receber doações de madeira, mas existia apenas no papel.
Operação da Polícia Civil
Nesta quinta-feira (10), a Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) lançou uma operação contra três madeireiras e diversos servidores públicos, engenheiros florestais e transportadores. Durante a ação, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em Sinop, Sorriso e Feliz Natal, resultando na apreensão de 19 mil metros cúbicos de madeira, documentos, celulares, além de armas e munições.
Extração Ilegal em Área de Preservação
A madeira em questão era extraída de forma ilegal da Estação Ecológica Rio Ronuro, uma importante área de preservação que abriga diversas espécies da fauna e flora do Cerrado e da Amazônia. A delegada Liliane Murata destacou a gravidade do caso, que envolve a doação legal de madeira pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) à entidade, que foi desviada para empresas envolvidas na exploração ilegal.
Consequências Legais
Os envolvidos no esquema podem enfrentar sérias acusações, incluindo associação criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e extração ilegal de recursos naturais. A investigação continua em andamento, e a Polícia Civil mantém sigilo sobre os nomes e funções dos agentes públicos implicados.
Este caso ressalta a importância da fiscalização e da transparência em projetos sociais, evidenciando como instituições de fachada podem comprometer a integridade ambiental e a confiança pública. A sociedade deve estar atenta e exigir responsabilidade dos seus representantes.