O Pantanal registrou o segundo ano mais seco desde 1985, com uma perda de 4% na superfície de água em 2024, totalizando 366 mil hectares. Os longos períodos de seca e os incêndios florestais frequentes são os principais responsáveis por essa redução.
Impacto da Seca
Desde 2018, a planície não alaga completamente, desestabilizando os ciclos de seca e cheia, ou pulso de inundação. A média anual de chuvas, cerca de 1.100 mm, não tem sido alcançada, levando a déficits significativos nos últimos anos.
O pesquisador Eduardo Reis alerta que a adaptação a essa nova realidade é crucial. O pulso de inundação é vital para a renovação da biodiversidade do bioma, que depende de grandes períodos de cheia para sustentar a flora e fauna.
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Causas e Consequências
O Rio Paraguai é essencial para a dinâmica hídrica do Pantanal, mas seus níveis não têm atingido a capacidade necessária. O bioma teve 870 mm de chuva em 2020, com um déficit superior a 200 mm, e novos déficits foram registrados em 2021 e 2024.
O aumento da vegetação seca durante a seca prolongada torna a região mais suscetível a incêndios. Eduardo ressalta que a biomassa seca pode ser um combustível para incêndios incontroláveis.
Queimadas e Atividade Humana
Cerca de 84% dos incêndios no Pantanal são causados por atividades humanas, enquanto 16% são de origem natural, segundo a pesquisadora Renata Libonati da UFRJ. Em 2024, o Pantanal registrou 613 focos de queimadas, com Mato Grosso acumulando 3.971 focos.