A pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela dados alarmantes sobre a violência contra mulheres no país. De acordo com uma pesquisa, 21,4 milhões de mulheres, ou 37,4% da população feminina, sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses. Este é o maior índice registrado desde o início da série histórica, em 2017.
Entre os tipos de violência mais comuns, destacam-se as ofensas verbais (31,4%), agressões físicas (16,9%), ameaças de agressão (16,1%), stalking (16,1%) e abuso sexual (10,7%). Além disso, o estudo também aponta que a violência doméstica e familiar é predominante, com 57% das vítimas relatando que as agressões ocorreram em suas residências. A pesquisa também revelou o impacto do testemunho de violência, destacando os danos emocionais que essas experiências causam nas crianças que presenciarem tais atos.
A pesquisa revelou que 91,8% das agressões ocorreram na presença de terceiros, sendo que, em 47,3% desses casos, os testemunhos foram de amigos ou conhecidos, 27% foram presenciados por filhos e 12,4% por outros parentes. A violência, muitas vezes, acontece no ambiente familiar e entre parceiros ou ex-parceiros.
Uma pesquisa ainda mostra que as mulheres enfrentam um ciclo de violência, com ações de desrespeito, intimidação e controle coercitivo. A ocorrência mais comum diante da ação foi a inação, seguida de buscar apoio de familiares ou amigos. Apenas uma minoria recorreu aos órgãos oficiais, como a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher.
A pesquisa também incluiu dados sobre assédio, com 49,6% das mulheres relatando terem sido vítimas de algum tipo de assédio, seja no ambiente de trabalho, transporte público ou na rua.
Esses dados são um alerta para a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes, tanto para a prevenção quanto para o suporte às vítimas de violência, destacando o papel crucial da conscientização e atuação de toda a sociedade.