O “Crime da 113 Sul”, que chocou Brasília há 15 anos, ganha uma série documental no Globoplay, com estreia marcada para este sábado (22). A produção revela fatos inéditos sobre o triplo assassinato no luxuoso apartamento da família Villela, na Asa Sul.
Em quatro episódios, jornalistas da TV Globo Brasília revisitaram mais de 16 mil páginas do processo que investiga as mortes do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Guilherme Villela, de sua esposa, Maria Carvalho Villela, e da empregada doméstica, Francisca Nascimento da Silva.
O documentário conta com entrevistas de testemunhas, advogados, delegados e promotores do caso, além de alguns dos condenados, incluindo a filha do casal, Adriana Villela, acusada de ser mandante do crime. Esta é a primeira vez que Adriana apresenta sua versão sobre as conclusões da investigação.
Durante a apuração, a equipe encontrou novos elementos e uma testemunha que foram ignorados pela polícia, o que pode ter prejudicado a elucidação do caso. O diretor de Jornalismo da TV Globo em Brasília, Luiz Avila, afirma: “Não é um documentário sobre o crime nem sobre a investigação da polícia. Fizemos a nossa própria investigação e mostramos ponto a ponto as nossas descobertas.”
O crime e as investigações
O crime ocorreu em 28 de agosto de 2009, no sexto andar do bloco C da 113 Sul, onde foram assassinados:
- José Guilherme Villela, 73 anos, ex-ministro do TSE, morto com 38 facadas.
- Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, advogada, morta com 12 fachadas.
- Francisca Nascimento da Silva, 58 anos, empregada doméstica, morta com 23 fachadas.
Os corpos foram encontrados em estado de conforto no dia 31 de agosto. A perícia determinou que as vítimas foram assassinadas por volta das 19h15 do dia 28.
Uma série mostra fragilidades nas investigações, apontando que a pressa em concluir o caso para chegar à opinião pública pode ter sido influenciada pelas decisões do júri. Dúvidas sobre as provas que realizaram ligam Adriana à cena do crime foram levantadas pela defesa dos condenados.
Entre os condenados, além de Adriana Villela, estão:
- Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio.
- Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo.
- Francisco Mairlon Barros Aguiar.
Leonardo e Paulo inicialmente afirmaram que invadiram o apartamento para roubar, mas depois mudaram suas declarações, dizendo que o crime foi encomendado por Adriana para que ela herdasse o patrimônio da família. As diversas versões levantaram dúvidas sobre a extensão das confissões.
As investigações também foram marcadas por polêmicas, incluindo acusações de tortura por parte do investigador, o uso de uma vidente para identificar suspeitos e a prisão de um delegado para forjar provas.
Atualmente, Adriana Villela aguarda em liberdade o julgamento de um recurso no Superior Tribunal de Justiça, agendado para 11 de março. O documentário promete um mergulho profundo nas complexidades do caso e busca claras as incertezas que ainda pairam sobre ele.
Série documental Original ‘Crime da 113 Sul’
Quando: A partir de sábado (22), no Globoplay
Direção: Luiz Avila
Roteiro: Joelson Maia e Reynaldo Turollo Jr.
Reportagem: Reynaldo Turollo Jr. e Gabriel Tibaldo
Fotografia: Marcos Silva
Produção executiva: Fátima Baptista e Clarissa Cavalcanti