Phelipe Ferreira e Luckas Santos, que foram bloqueados reféns por uma máfia de tráfico humano em Mianmar, embarcaram na tarde de 18 de fevereiro de 2025, em Bangkok, Tailândia, com destino ao Brasil. A previsão é que cheguem ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na tarde de 19 de fevereiro.
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A História de Phelipe e Luckas
Os dois jovens brasileiros foram vítimas de um golpe cibernético após aceitarem falsas propostas de emprego em novembro de 2024. Mantidos em condições de escravidão por três meses por uma máfia de golpes cibernéticos em Mianmar, no Sudeste Asiático, uma “fábrica de golpes online”, eles foram forçados a aplicar golpes em outras pessoas, incluindo brasileiros.
Phelipe apresentou detalhes de sua rotina angustiante, revelando que ele e Luckas trabalharam em média 16 horas por dia, sob a constante vigilância dos líderes da máfia, enfrentando punições severas por não cumprirem as metas de golpes. Ele relata que o medo era constante, com ameaças de violência e eletrochoques.
A Fuga e o Resgate
Após meses de sofrimento, Phelipe e Luckas planejaram uma fuga. A fuga foi arriscada, pois envolvia a comunicação secreta com familiares e ativistas. Após conseguirem escapar, foram detidos por agentes do DKBA (Exército Democrático Karen Budista) e levados para um centro de detenção, onde aguardaram ajuda da Embaixada do Brasil.
A Conscientização sobre o Tráfico Humano
Phelipe e Luckas ressaltam a importância de se informar sobre as empresas e oportunidades de trabalho antes de aceitar propostas, para evitar armadilhas como as que eles enfrentam. Phelipe agora deseja se recuperar emocionalmente e retornar à sua vida normal, concluindo sua faculdade e buscando apoio psicológico.
O Itamaraty, por sua vez, declarou que estava ciente da situação dos brasileiros e tinha trabalho ativo para a liberação deles desde outubro de 2024, destacando a necessidade de conscientização sobre os riscos do tráfego humano, especialmente na busca de empregos no exterior.
Cronologia do Caso
- Outubro de 2024: Luckas Santos recebe uma proposta de trabalho que o leva a Mianmar, onde se torna refém.
- Novembro de 2024: Phelipe Ferreira aceita uma proposta de emprego e acaba na mesma situação.
- Janeiro de 2025: Famílias de Luckas e Phelipe buscam ajuda, e uma ONG começou a entrevir.
- Fevereiro de 2025: Phelipe e Luckas planejam e realizam a fuga, sendo posteriormente resgatados e levados para Tailândia.
Este caso destaca a necessidade urgente de medidas de proteção e conscientização para prevenir o tráfico humano e garantir a segurança dos brasileiros em busca de oportunidades no exterior.