A Procuradoria-Geral da República (PGR) finaliza os ajustes para apresentar nas próximas semanas as primeiras denúncias no inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022, que visava impedir uma posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre as 40 pessoas indicadas pela Polícia Federal estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Braga Netto, candidato a vice na tentativa de reeleição.
Devido ao grande número de citados, as denúncias serão apresentadas em blocos, com as figuras mais altas, como Bolsonaro e Braga Netto, no primeiro lote. O objetivo é agilizar o trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF), onde cabe à Primeira Turma a análise das ações penais e a decisão sobre a obtenção das denúncias, momento em que os denunciados passam a réus.
Segundo as investigações da PF, Bolsonaro teve participação ativa no plano, que falhou devido à resistência dos comandantes. Os ataques à democracia culminaram nos eventos de 8 de janeiro. As primeiras fases do processo devem ser coordenadas pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator das ações.
O STF planeja convocar sessões semanais a partir do segundo semestre para acelerar os julgamentos. A previsão é evitar que o processo se arraste até 2026, ano eleitoral, com um julgamento envolvendo o ex-presidente ou membros do seu grupo político.