A Operação Soldados da Usura deflagrada em Rondônia nesta sexta-feira (7) resultou na prisão de policiais militares envolvidos em um esquema de agiotagem. Ao longo de quatro anos, pelo menos 100 vítimas foram extorquidas com juros exorbitantes, sendo ameaçadas de morte e agressões físicas caso não pagassem as dívidas.
A operação foi coordenada pela Polícia Militar de Rondônia e Ministério Público de Rondônia (MP-RO), que identificaram o envolvimento de 17 pessoas, sendo 6 policiais militares. A investigação revelou que os agiotas cobravam juros de até 20% ao mês, levando as vítimas a perderem bens e até suas casas. As investigações apontam que o total de vítimas pode ser até seis vezes maior do que o estimado inicialmente.
Atuação Violenta e Ilícita
De acordo com o promotor Anderson Batista, os criminosos também agiam com extrema violência, como evidenciado pela intimidação armada em frente a uma das casas das vítimas. Além disso, em alguns casos, os agressores invadiram residências, agrediram pessoalmente as vítimas e tomaram bens como forma de compensação pelas dívidas.
As vítimas, muitas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, recorreram aos empréstimos ilegais, que envolviam condições desumanas, levando muitas a perderem seus bens e até suas casas. Um dos investigados movimentou mais de R$ 12 milhões em sua conta bancária, e a ação cumpriu 42 mandados de busca e apreensão em seis estados.
R$ 70 Milhões em Movimentações Ilegais
A operação revelou que o grupo movimentou mais de R$ 70 milhões, quantia bloqueada pela Justiça de Rondônia. Foram apreendidos imóveis, veículos de luxo, e até uma draga de garimpo de ouro, evidenciando a magnitude do esquema criminoso. O MP-RO também revelou que os criminosos são suspeitos de praticar lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica.
Colaboração e Reforço na Integridade Institucional
A Polícia Militar se posicionou reafirmando seu compromisso com a intolerância ao crime e a proteção da sociedade, enfatizando que agiu em colaboração com o MP-RO para garantir que os policiais envolvidos sejam responsabilizados. A corporação ressaltou sua política de zero tolerância com desvios de conduta e a necessidade de garantir que a atuação dos policiais esteja alinhada com princípios de legalidade e moralidade.
O MP-RO também lançou um formulário para que outras possíveis vítimas do esquema criminoso se identifiquem e compartilhem suas experiências, ajudando nas investigações em curso.
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