A Faixa de Gaza, alvo recente de declarações de Donald Trump, pode ser rica em reservas de petróleo e gás natural, de acordo com estudos da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). A pesquisa, realizada em 2019, aponta que a região pode estar situada sobre grandes reservatórios de combustíveis fósseis, estimados em US$ 524 bilhões. No entanto, especialistas questionam a real motivação de Trump, sugerindo que os motivos geopolíticos pesam mais que os interesses econômicos.
1. Reservas Energéticas de Gaza: Uma Oportunidade ou Uma Ilusão?
De acordo com a UNCTAD, a Faixa de Gaza poderia gerar US$ 71 bilhões com petróleo e US$ 453 bilhões com gás natural se explorada. A pesquisa sugere que esses recursos poderiam impulsionar a paz e cooperação na região, mas até agora, nenhuma exploração significativa foi realizada.
2. O Impacto da Declaração de Trump: Um Plano Geopolítico ou Econômico?
Trump causou polêmica ao sugerir que os EUA assumam o controle da Faixa de Gaza, uma região devastada pelo conflito com o Hamas e com sérios desafios humanitários. A proposta de Trump de transformar Gaza em uma “superestrutura” sob controle dos EUA foi vista com críticas internacionais, incluindo de aliados tradicionais dos EUA.
3. Reservas de Petróleo e Gás em Gaza: O Potencial Não Comprovado
A estimativa da UNCTAD aponta 1,7 bilhões de barris de petróleo na Faixa de Gaza, o que é modesto quando comparado com países como a Venezuela. No entanto, as reservas de gás natural podem ser mais significativas, com 3,46 trilhões de m³. O Oriente Médio detém 39,8% das reservas de gás do mundo, alimentando as expectativas sobre a região.
4. O Objetivo de Trump: Mais do que Petróleo?
Especialistas como João Victor Marques, da FGV Energia, afirmam que as estimativas sobre as reservas em Gaza ainda não foram comprovadas e não são o principal motivo do interesse de Trump. Para o pesquisador Rodrigo Reis, as declarações de Trump podem ser vistas mais como uma estratégia agressiva de negociação política, utilizando o poderio dos EUA para obter vantagens econômicas.
O potencial energético de Gaza ainda é incerto, mas a questão que se coloca é: o interesse de Trump na região é movido por recursos naturais ou pela expansão do poder dos EUA no Oriente Médio? O futuro da Faixa de Gaza está entrelaçado com complexos interesses geopolíticos e econômicos, e o debate sobre sua exploração continua.