Após uma série de chuvas intensas nas últimas semanas, a vida de moradores da comunidade Jerusalém, no Jardim Lídia, Zona Sul de São Paulo, foi colocada em risco. Eles enfrentam a necessidade de se equilibrar na beirada de um barranco instável para chegar em casa, aumentando ainda mais o temor de deslizamentos que podem comprometer suas vidas e suas casas.
Risco de Deslizamento e Medo Constante
A situação em Jerusalém, uma comunidade à beira de um córrego no Capão Redondo, tornou-se ainda mais perigosa devido ao alto risco geológico da área, classificada pela Prefeitura de São Paulo como uma região de risco muito alto. Segundo os moradores, a rotina de convívio com o medo é diária, mas se intensifica a cada chuva forte.
“A gente não dorme quando começa a chover”
Andreza do Nascimento Oliveira, de 28 anos, mãe de três filhos, compartilhou o sofrimento de conviver com o risco constante de deslizamento. “Toda vez que começa a chover, a gente não dorme, a gente fica acordado. Porque a gente fica com medo de o barraco descer e a gente estar dentro, cair também, com as crianças”, diz Andreza, que divide o espaço com outros familiares e sobrevive sem emprego há quase um ano. Apesar das dificuldades, ela comemorou recentemente uma oportunidade de emprego como vendedora, mas enfrenta obstáculos adicionais, como encontrar um uniforme e garantir a guarda de seus filhos.
Condição de Vida Precarizada e Dificuldade de Locomoção
A dificuldade de locomoção é outro fator alarmante na comunidade. A moradora Débora Vieira dos Santos, que vive na ocupação desde os primeiros anos de sua formação, afirma que não consegue sair de casa há mais de dois meses devido ao risco da área e a precariedade das condições locais. Mãe de 10 filhos, Débora vive com limitações físicas e, assim como muitos outros moradores, enfrenta a realidade de viver em um local marcado pelo medo e pela insegurança.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/l/V/QGl3hnRbyNVVliFlBWjg/comunidade-jerusalem-img-0072-fabio-tito.jpg)
Ações de Monitoramento e a Esperança por Melhorias
A Prefeitura de São Paulo informou que a Defesa Civil monitora continuamente a comunidade Jerusalém, mas a falta de infraestrutura e os riscos geológicos altos aumentam a pressão sobre os moradores, que continuam a viver com o medo de novos deslizamentos e inundações.
A situação na comunidade Jerusalém é um reflexo da vulnerabilidade social e geológica de muitas áreas periféricas de São Paulo. A população enfrenta não apenas a precariedade de condições básicas de moradia, mas também um futuro incerto, marcado pelo medo constante da natureza e a falta de políticas públicas efetivas para garantir a segurança de seus moradores. A urgência por soluções permanentes e seguras para essas áreas não pode ser ignorada.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/6/u/lTBj6UTQAX8yxlvhGHEA/comunidade-jerusalem-img-0123-fabio-tito.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/8/s/DBBbIpTD20RWxEuAsunA/comunidade-jerusalem-img-0040-fabio-tito.jpg)