A Amazônia Legal encerrou 2024 com um resultado preocupante. Embora o desmatamento tenha diminuído 7%, totalizando 3.739 km² de florestas derrubadas (contra 4.030 km² em 2023), a degradação florestal explodiu. Impulsionada pelas queimadas nos meses de agosto e setembro, a degradação aumentou 497%, atingindo 36.379 km², segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Entenda a diferença:
- Desmatamento: remoção completa da vegetação para atividades como agricultura e pecuária.
- Degradação: dano parcial à vegetação, com impactos como queimadas ou extração de madeira, deixando a floresta fragilizada.
Queimadas em alta
De acordo com o MapBiomas, as queimadas em 2024 aumentaram 80% em relação ao ano anterior, afetando mais de 30 milhões de hectares em todo o Brasil. Essa área equivale a mais do que o estado do Rio Grande do Sul, com a maior parte coberta por vegetação nativa.
Recorde histórico
O aumento da degradação em 2024 foi o maior já registrado desde 2009, quando o monitoramento começou. O pior cenário anterior havia ocorrido em 2017, com 11.493 km² degradados. Em 2024, esse índice foi mais que triplicado.
Nos meses críticos de agosto e setembro, a degradação disparou mais de 1.000%, cobrindo vastas áreas da Amazônia.
Amazônia Legal em números
A Amazônia Legal abrange 59% do território brasileiro e engloba nove estados:
- Acre
- Amapá
- Amazonas
- Mato Grosso
- Pará
- Rondônia
- Roraima
- Tocantins
- Parte do Maranhão
A área perdida em 2024 equivale a mais de mil campos de futebol desmatados por dia.
Tecnologias de monitoramento
O Imazon utiliza o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), com satélites de alta precisão que detectam áreas devastadas a partir de 1 hectare. Em comparação, o sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), monitora áreas a partir de 3 hectares.
Os satélites utilizados incluem:
- Landsat 7 e 8 (NASA)
- Sentinel 1A, 1B, 2A e 2B (Agência Espacial Europeia – ESA)
Essas ferramentas permitem atualizações rápidas, analisando as mesmas áreas em ciclos de 5 a 8 dias.
Perspectiva
Apesar da queda no desmatamento, o aumento expressivo da degradação reforça a urgência de políticas públicas voltadas para a prevenção de queimadas e proteção florestal. Com dados alarmantes, 2024 se consolida como um marco negativo no monitoramento ambiental da Amazônia.