Em um cenário crescente de violência, farmácias da capital paulista têm sido alvo de assaltos recorrentes, com criminosos focados em medicamentos caros, especialmente os utilizados para emagrecimento, como o Ozempic. Este tipo de remédio, de alto valor, alimenta um mercado ilegal, forçando as farmácias a tomarem medidas mais drásticas para proteger seus estoques e colaboradores.
Estratégias de Segurança: Câmeras, Seguranças e Estoques Reduzidos
Como resposta aos roubos, farmácias têm adotado medidas rigorosas para proteger os medicamentos de alto custo. Os remédios são agora armazenados em salas fechadas e só são entregues ao cliente após o pagamento. Segundo Ariana Freira, subgerente de farmácia, a prática inclui a entrega de um formulário de medicamento de alto custo, para que a operadora retire o produto diretamente no balcão, sem que ele chegue diretamente às mãos do cliente.
O Desafio das Quadrilhas Organizadas
Embora essas medidas aumentem a segurança, elas não são suficientes para combater a ação de quadrilhas organizadas. Na madrugada de 20 de janeiro, três indivíduos tentaram roubar medicamentos de alto custo em uma farmácia localizada no Carrão, Zona Leste de São Paulo. Durante a abordagem policial, os assaltantes foram detidos em flagrante. A ação, capturada por câmeras de segurança, ilustra a crescente violência, com quadrilhas frequentemente rendendo funcionários e roubando medicamentos como o Ozempic, produto de alto valor.
Crescente Violência: Assaltos Repetitivos e Saques Generalizados
A violência nos assaltos não é novidade. Renata Gonçalves, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de São Paulo, relatou que houve dias em que assaltos se repetiam até três vezes, com os criminosos agindo de maneira extremamente violenta. “Eles chegam, rendem todos, agem agressivamente e levam o Ozempic”, afirmou Renata. Esse tipo de ocorrência tem se tornado uma realidade comum nas farmácias da região.
Mercado Ilegal: A Revenda dos Medicamentos Roubados
Em outro incidente registrado, uma quadrilha de nove assaltantes fez um saque generalizado em uma farmácia, mas com um alvo específico: medicamentos usados para emagrecimento. Após ouvir as gravações das câmeras de segurança, o proprietário da farmácia descobriu que os criminosos estavam em busca do Ozempic, um medicamento de alto valor agregado. Atualmente, as prateleiras da farmácia permanecem vazias, com o estoque de remédios de emagrecimento comprometido.
Reações do Setor e Ações de Segurança Pública
O impacto dessas ações é evidente no setor farmacêutico. Muitos proprietários de farmácias têm sido forçados a reduzir a oferta desses medicamentos ou até mesmo desistir de vendê-los devido à crescente insegurança. A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, por sua vez, tem intensificado operações para combater o roubo e a comercialização ilegal desses produtos, resultando na prisão de 15 indivíduos envolvidos nesse tipo de crime.
Medidas para Combater o Comércio Ilegal de Medicamentos
As autoridades estão cientes do problema e têm se mobilizado para conter o comércio ilegal desses remédios roubados. A Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) ainda não se pronunciou sobre o aumento da violência nas farmácias.
Em um dos casos mais recentes, um assaltante morreu durante uma tentativa de roubo em uma farmácia, quando um policial, que estava no local, reagiu ao ataque. O outro assaltante conseguiu fugir, mas a ação gerou discussões sobre a segurança no setor.