Donald Trump retorna à Casa Branca nesta segunda-feira (20) mais forte do que nunca, com um capital político ampliado após remodelar o Partido Republicano e conquistar a maioria tanto na Câmara quanto no Senado. Embora ainda enfrente condenações criminais, ele se encontra livre das investigações federais e pronto para governar. Seu segundo mandato se desenha como um grande teste para as instituições democráticas dos Estados Unidos.
Apoio de Superconservadores e Magnatas
Diferentemente de 2017, Trump agora domina a engrenagem do sistema político. Com o apoio de superconservadores e magnatas, ele se cerca de fiéis e parece enfraquecer as proteções do Executivo e do Congresso. A maioria conservadora na Suprema Corte, com seis juízes a seu favor, tornou o comportamento presidencial mais imune a críticas, ampliando ainda mais seu poder.
A Nova Agenda Trumpista: Radicalidade e Expansão do Poder
A agenda de Trump para este novo governo é ousada e radical. Ele promete:
- Deportação em massa de imigrantes ilegais.
- Cortes de impostos.
- Desregulamentação econômica.
- Expurgos de funcionários públicos não leais a ele.
Além disso, Trump planeja consolidar seu poder sobre as forças policiais, militares e o Judiciário, com o objetivo de perseguir adversários políticos, a quem chama de “inimigos internos”. Essa estratégia, combinada com a desordem no campo democrata, pode minar ainda mais as salvaguardas do sistema democrático americano.
O Enfraquecimento das Instituições Democráticas
Matt K. Lewis, comentarista político, aponta que Trump e seus aliados estão melhor preparados para enfrentar qualquer resistência. Ele promete expurgar dissidentes e cercar-se de legalistas dispostos a manipular as alavancas do poder. A lealdade parece prevalecer sobre a experiência e a competência na escolha de novos nomes para cargos importantes, como o Departamento de Defesa e o Departamento de Justiça.
Destruição das Normas Democráticas?
Trump já sinalizou que, logo após a posse, assinará uma grande quantidade de ordens executivas — cerca de 100 — com o objetivo de reverter as políticas de Joe Biden, além de reforçar medidas contra a imigração ilegal e combater a presença de atletas transgêneros no esporte. Além disso, a grande operação policial em Chicago, para prender imigrantes ilegais com antecedentes criminais, promete ser um dos maiores pilares de sua agenda.
O Nobel de Economia, Daron Acemoglu, adverte que, no pior dos cenários, Trump poderá deixar para os americanos uma democracia “permanentemente mutilada”. Ele teme que o presidente enfraqueça instituições como o Departamento de Justiça, transformando-as em ferramentas de vingança política.
“América em Primeiro Lugar”: Provocações e Desinformação
O lema “América em primeiro lugar” de Trump continua a ser a pedra angular de sua presidência, mas também alimenta a desinformação e desestabiliza aliados internacionais. Questões como a cobiça pela Groenlândia e pelo Canal do Panamá, e até mesmo a ideia de anexar o Canadá, ficam em um limbo entre provocações e estratégias de blefe.
O Retorno de Trump: Renovado e com Vingança
Há oito anos, Trump prometeu acabar com a “carnificina” social e econômica dos EUA, entregando um governo caótico que resultou em sua derrota nas urnas. Agora, mesmo após quatro anos afastado do poder e enfrentando diversos processos criminais, Trump volta à presidência com uma força renovada, alimentada pelo clamor da vingança e pela sua base de apoio firme.
O Futuro da Democracia Americana em Jogo
Este segundo mandato de Donald Trump será um grande desafio para as instituições democráticas dos Estados Unidos. Se ele será capaz de enfraquecer o sistema de checks and balances do país ou se as instituições resistirão ao seu domínio, será uma questão crucial que determinará o futuro da nação.