Explosão de violência em Rondônia: mais de dez ônibus queimados em uma série de ataques coordenados
Na madrugada de quarta-feira (15), criminosos intensificaram a onda de ataques em Rondônia, destruindo dez ônibus em Porto Velho e em Jaci-Paraná, no interior do estado. Este é o mais recente incidente em uma série de atentados que abalaram a tranquilidade da região, mesmo após o envio de 60 agentes da Força Nacional pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Entre os veículos incendiados estão cinco ônibus de transporte público na capital e cinco ônibus escolares em áreas periféricas, além de um carro e uma tentativa de incêndio em uma viatura da Polícia Militar (PM). A ação é atribuída a facções criminosas que buscam retaliar as recentes operações de combate ao crime.
Retaliações e operações de combate ao crime organizado
Segundo informações da PM, os ataques são uma reação às operações policiais contra facções criminosas no residencial Orgulho do Madeira, uma área dominada pelo grupo Comando Vermelho, onde vivem cerca de 15 mil pessoas. Esse conflito começou após a morte de um dos líderes da facção, em operação policial realizada nos últimos meses.
Em 12 de janeiro, a execução do cabo da Polícia Militar, Fábio Martins, com seis tiros na cabeça, dentro do próprio residencial, gerou uma grande onda de violência. A PM acredita que o assassinato foi uma retaliação direta às ações de combate ao crime organizado.
Na sequência, mais operações ocorreram, resultando em prisões e confrontos, incluindo a morte de um suspeito, cuja identidade ainda não foi revelada. Durante a mesma semana, começaram os ataques sistemáticos aos ônibus e outros veículos em Rondônia.
Impactos no transporte e reforço de segurança
Após o ataque à frota de ônibus no dia 13, a empresa de transporte público foi forçada a reduzir a circulação dos veículos, com a operação limitada a apenas 56 veículos, até as 19h30, para garantir a segurança dos passageiros.
A Prefeitura de Porto Velho, em resposta à escalada da violência, formalizou um ofício ao governo estadual pedindo o reforço das forças de segurança pública, visando garantir a ordem e a circulação do transporte nas principais vias da cidade.
Em resposta, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) enviou 60 agentes da Força Nacional para a capital, com mais reforços planejados para os próximos dias. O governo estadual continua a trabalhar em conjunto com as autoridades federais para combater o crime organizado e restaurar a segurança nas ruas.
O que esperar para o futuro?
Com os ataques se intensificando, a população de Rondônia enfrenta um cenário de instabilidade e insegurança, especialmente nas áreas mais afetadas pelos conflitos entre facções. A expectativa é de que o envio contínuo de tropas da Força Nacional ajude a estabilizar a situação, mas os moradores e trabalhadores de Porto Velho e região devem continuar em alerta.