Será que Cuiabá está falindo? Essa é a pergunta que muitos se fazem após o prefeito Abílio Brunini decretar estado de calamidade financeira logo no início de seu mandato. A situação, que exige medidas drásticas e imediatas, é resultado de uma série de fatores que levaram a capital mato-grossense a uma crise sem precedentes.
1. Descompasso entre Receitas e Despesas:
O prefeito aponta um crescimento desenfreado das despesas municipais, que atingiram 135% nos últimos oito anos, enquanto as receitas líquidas aumentaram apenas 115%. Esse descompasso resultou em um déficit crescente e insustentável.
2. Dívida Bilionária:
A dívida fundada, com vencimento superior a 12 meses, ultrapassou a marca de R$ 1,6 bilhão, comprometendo a capacidade da prefeitura de honrar seus compromissos e investir em serviços essenciais à população.
3. Insuficiência de Recursos:
A arrecadação atual não cobre as despesas básicas, gerando sucessivos déficits. A equipe de transição identificou uma insuficiência financeira de R$ 518,7 milhões, além de R$ 369,6 milhões em despesas não empenhadas.
4. Inadimplência e Salários Atrasados:
A prefeitura enfrenta um alto grau de inadimplência, especialmente com fornecedores de serviços essenciais. Some-se a isso o atraso no pagamento da folha de dezembro, que totaliza cerca de R$ 102 milhões.
5. Herança Indesejada:
A gestão anterior deixou programados pagamentos que somam R$ 10 milhões para o primeiro dia útil da nova administração, agravando ainda mais a situação financeira do município.
O decreto de calamidade financeira permitirá à prefeitura adotar medidas emergenciais para conter gastos, renegociar dívidas e buscar recursos para garantir o funcionamento dos serviços públicos. A população cuiabana espera que a nova gestão consiga superar os desafios e restabelecer a saúde financeira da capital.