Após mais de dois anos de espera, ex-policiais rodoviários federais são finalmente condenados pela morte de Genivaldo Santos, que ocorreu em maio de 2022, durante uma abordagem policial em Umbaúba, no estado de Sergipe. As penas de prisão variam de 23 a 28 anos, dependendo do réu. Genivaldo, um homem de 38 anos com esquizofrenia, morreu após ser trancado no porta-malas de uma viatura e submetido à inalação de gás lacrimogêneo.
Entenda o Caso: O que Aconteceu Durante a Abordagem que Resultou na Morte de Genivaldo?
Em uma abordagem realizada no final da manhã do dia 25 de maio de 2022, Genivaldo Santos foi parado por estar pilotando uma motocicleta sem capacete. Durante a detenção, ele foi colocado dentro dos porta-malas de uma viatura da PRF, onde ficou exposto a gases tóxicos por mais de 11 minutos. A perícia indicou que a exposição a esses gases causou um colapso pulmonar que levou à morte de Genivaldo.
Os Ex-PRF Condenados: Entenda as Penas e as Condições do Julgamento
Após o julgamento, realizado por um Júri Popular, os ex-policiais foram condenados por homicídio e tortura. As sentenças foram as seguintes:
- William Noia, que iniciou a abordagem e segurou a porta da viatura após a detonação do gás lacrimogêneo, foi condenado a 23 anos, 1 mês e 9 dias.
- Kleber Freitas, responsável pelo uso repetido de spray de pimenta contra Genivaldo, recebeu a mesma pena de 23 anos, 1 mês e 9 dias.
- Paulo Rodolpho, que jogou uma granada de gás lacrimogêneo e ajudou a manter a porta fechada, foi condenado a 28 anos de prisão.
Defesas e Possibilidade de Apelação:
As defesas dos réus têm a possibilidade de recorrer à decisão.
As Condições de Genivaldo: A Perícia e os Detalhes Sobre a Causa da Morte
A perícia da Polícia Federal concluiu que Genivaldo foi exposto a gases tóxicos, como monóxido de carbono e ácido sulfídrico. Durante os 11 minutos dentro das portas-malas, o estresse da abordagem e o esforço físico para respirar agravaram os efeitos dos gases, resultando em um colapso pulmonar fatal. O caso gerou grande repercussão nacional e internacional, chamando atenção para a violência policial e o uso excessivo de força.
O Impacto da Condenação na Família de Genivaldo e o Sentimento da Comunidade
A irmã de Genivaldo, Laura de Jesus Santos, expressou que, embora as reportagens tragam um colapso, a família ainda não sente felicidade devido à tragédia. “Foi um resultado esmagador, embora a gente não fique feliz com a desgraça de ninguém. Acalma, mas felicidade não traz”, afirmou.
Além da observação, a Justiça Federal determinou que a União pagasse uma indenização de R$ 1 milhão ao filho de Genivaldo e R$ 405 mil à mãe da vítima.
Perícias e Depoimentos Cruciais: O Que O Júri Ouviu Durante os 12 Dias de Julgamento
Durante o julgamento, foram ouvidas 28 testemunhas, incluindo familiares da vítima, especialistas, peritos e outros envolvidos. Dentre os depoimentos, destacam-se as testemunhas que presenciaram a abordagem, como familiares de Genivaldo, médicos que o atenderam e peritos que analisaram as condições físicas e toxicológicas da vítima.
Repercussão Internacional e Implicações para a PRF: O Caso que Abriu Discussões sobre o Uso Excessivo de Força Policial
Este caso gerou grande repercussão, sendo investigado em várias plataformas e gerando questionamentos sobre o uso de gás lacrimogêneo e outras formas de contenção por parte da polícia. A publicação dos ex-policiais é vista como uma vitória para a luta contra a violência policial, mas também levanta questões sobre a necessidade de mudanças estruturais nas práticas de segurança pública.
Quem Era Genivaldo Santos: A História do Homem Tragicamente Perseguido pela Violência Institucional
Genivaldo Santos, 38 anos, era um homem pacato, aposentado por conta de esquizofrenia, e lembrado por sua personalidade tranquila e gentileza. Ele era casado e pai de dois filhos. Sua morte trouxe à tona discussões sobre a responsabilidade do Estado e da polícia na proteção dos direitos humanos.
A Justiça e as Reparações: O Que Esperar a Partir de Agora?
Com a declaração dos réus, a Justiça brasileira deu um passo importante na busca de responsabilidade por abusos de poder por parte de agentes públicos. No entanto, a família de Genivaldo ainda aguarda por mais justiça, incluindo o pagamento das indenizações determinadas pela Justiça Federal.