A mais recente pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4 de dezembro de 2024), mostra um quadro alarmante de desconfiança no governo Lula (PT) por parte do mercado financeiro. A aprovação do governo Lula caiu drasticamente para 3%, enquanto 90% dos agentes financeiros manifestam reprovação, um aumento significativo em comparação aos 26% registrados em março de 2024. A popularidade do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também sofre uma queda acentuada, com apenas 41% de aprovação, 9 pontos percentuais a menos do que os 50% obtidos em março. Essas mudanças são vistas como uma reação direta ao pacote de cortes fiscais e à incerteza econômica que marca o atual cenário do Brasil.
A pesquisa foi realizada com 105 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro, incluindo fundos de investimento com sede em São Paulo e Rio de Janeiro, e ocorreu entre 29 de novembro e 3 de dezembro de 2024. A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos, e o levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.
Queda na Aprovação do Governo e Impacto no Mercado Financeiro:
O estudo mostrou uma reprovação alarmante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com a aprovação do governo caindo de 6% para 3%, enquanto os críticos aumentaram de 26% para 90% entre março e dezembro de 2024. O impacto dessa queda na confiança no governo pode ser atribuído a uma série de fatores, principalmente à política fiscal adotada pelo governo.
Reações ao Pacote Fiscal de Cortes de Gastos:
- 58% dos entrevistados consideraram o pacote fiscal de corte de gastos nada satisfatório, enquanto 42% classificaram-no como pouco satisfatório.
- 66% dos agentes do mercado financeiro afirmam que investirão mais no exterior após o anúncio do pacote, buscando opções mais seguras em um cenário de incertezas econômicas internas.
- 85% dos participantes acham que a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil prejudicará a economia brasileira.
A pesquisa também destacou a falta de credibilidade do novo arcabouço fiscal implementado pelo governo, com 58% dos agentes do mercado afirmando que o modelo não tem credibilidade a longo prazo. Isso reflete uma desconfiança em relação à viabilidade das políticas fiscais adotadas para controlar o equilíbrio das contas públicas.
Desafios para o Ministro Haddad e Projeções de Recessão para 2025:
A figura do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi analisada, com resultados preocupantes para o governo. A aprovação de Haddad caiu de 50% para 41%, e a percepção sobre sua força política diminuiu drasticamente. No início de seu mandato, 61% dos agentes acreditavam que Haddad tinha força política; esse número caiu para 4% que o consideram mais forte agora, o que sugere uma perda de influência do ministro.
Projeções Econômicas:
A pesquisa também revelou expectativas sombrias para o futuro da economia brasileira. 88% dos entrevistados acreditam que a economia vai piorar em 2025, enquanto 10% consideram que ela permanecerá estável, e apenas 2% veem perspectivas de melhora. Esses dados sugerem uma recessão iminente no horizonte, alimentada pela política fiscal do governo e pela desconfiança no Congresso Nacional.
Taxa de Juros e Expectativas sobre o Mercado Imobiliário:
- 66% dos entrevistados preveem que a taxa de juros do Brasil subirá em 0,75 pontos percentuais, mantendo a tendência de alta iniciada anteriormente.
- O mercado está ajustando suas expectativas, com 67% dos entrevistados afirmando que vão aumentar os investimentos no exterior, buscando alternativas mais rentáveis e seguras.
Congresso Nacional: Percepções sobre a Atuação do Legislativo:
A pesquisa também abordou o desempenho do Congresso Nacional, com 41% dos agentes avaliando negativamente sua atuação. Esse índice é mais que o dobro do registrado em novembro de 2023, quando apenas 17% consideravam o Congresso negativo. As expectativas negativas em relação ao Congresso refletem a percepção do mercado de que, em algumas questões, o Congresso não tem atuado de forma fiscalista e eficiente, especialmente em relação à isenção de imposto de renda e ao aumento de tributação para altos salários.
Impacto da Isenção de Imposto de Renda e Outras Propostas Fiscais:
- A isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil é vista com desconfiança, já que 85% dos participantes acreditam que ela prejudicará a economia.
- Por outro lado, o fim da morte ficta, que impacta pensões de militares expulsos, é avaliado como positiva para a economia por 99% dos agentes.
O Futuro da Economia Brasileira e O Que Esperar do Governo Lula:
O levantamento da Quaest deixa claro que a economia brasileira enfrenta sérios desafios, com uma perspectiva negativa para 2025. A política fiscal de cortes de gastos e as ações do governo Lula continuam a gerar desconfiança no mercado, enquanto Haddad perde popularidade devido à falta de resultados concretos. O Congresso Nacional também enfrenta críticas, especialmente em relação à sua capacidade de atuar em questões fiscais essenciais para o futuro do país.
Em um cenário de instabilidade econômica, o mercado financeiro parece cada vez mais inclinado a buscar alternativas no exterior, refletindo a incerteza quanto à recuperação da economia. O governo precisará agir com urgência para restaurar a confiança do mercado, implementando medidas mais eficazes e transparentes para garantir a sustentabilidade fiscal e evitar uma possível recessão.
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