Nesta terça-feira, 3 de dezembro de 2024, a Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou uma grande operação no Complexo da Penha, na Zona Norte, envolvendo tráfego ligado ao Comando Vermelho. A ação, chamada Operação Torniquete, é uma das fases do combate ao roubo de cargas e veículos, além de desmantelar a liderança da facção criminosa responsável por diversos crimes na região. No entanto, os confrontos violentos que marcaram o início da operação deixaram 5 feridos e causaram severos impactos na vida diária dos moradores, incluindo a paralisação dos transportes públicos, encerramento de escolas e interrupção de serviços de saúde.
Objetivo da Operação Torniquete
- Fase atual da operação: A ação tem como foco a prisão de traficantes do Comando Vermelho, além de foragidos do Pará e do Ceará, que estariam escondidos no Complexo da Penha.
- Mandados cumpridos: A operação visa o cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão contra criminosos envolvidos em uma rede de tráfico de drogas, roubo de cargas e veículos e disputas territoriais entre facções.
- Motivação: Os criminosos atuam no roubo de veículos e cargas, que financiam a facção. Esses recursos são usados para compra de armamentos e para pagar uma “mesada” aos parentes de integrantes da facção presa.
Criminosos Procurados
- Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, é um dos líderes do Comando Vermelho e está entre os procurados.
- Outros foragidos: A operação também visa prender traficantes que fugiram para o Rio de Janeiro, vindos de estados como Pará e Ceará, onde também comandaram atividades criminosas.
Detalhes da Ação e Confrontos
- Início dos confrontos: Os primeiros tiros foram registrados às 5h20, quando traficantes instalaram barricadas e atearam fogo em veículos, dificultando a chegada da polícia.
- Estrutura mobilizada: A ação envolve a participação de 200 policiais, cegos, e um presidente da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), especializado em enfrentamentos de alto risco.
- Objetivo específico: Desmantelar as operações de tráfico de drogas e expansão territorial da facção, que geram uma guerra com outras facções, afetando a população local.
Vítimas e Feridos Durante a Operação
Até o momento, o confronto verificado em 5 feridos, entre eles:
- Ágatha Alves de Souza, 22 anos, baleada na perna em um ponto de ônibus. A jovem foi levada em estado grave ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde passou por cirurgia.
- Policial civil baleado no peito, com lesões graves, mas está em tratamento.
- Homem baleado na mão, também internado no Hospital Getúlio Vargas.
- Mulher ferida na boca por estiletes de bala, recebendo atendimento médico.
- Homem ferido na mão por estiletes, em processo de atendimento.
Impacto na Comunidade e Serviços Públicos
Transporte Público:
- Ônibus: A operação afeta diretamente o transporte público, com a interrupção de 7 linhas de ônibus, incluindo as linhas:
- 313 (Grotão-Praça Tiradentes)
- 621 (Penha-Saens Peña)
- 622 (Penha-Saens Peña)
- 623 (Penha-Saens Peña)
- 625 (Olaria-Saens Peña)
- 679 (Grotão-Méier)
- 721 (Vila Cruzeiro-Cascadura)
- BRT Transcarioca: A operação também envolveu o fechamento de 6 estações do BRT, com a suspensão de 3 linhas. No entanto, às 8h, o serviço foi normalizado.
Educação:
- Escolas fechadas: A Secretaria Municipal de Educação informou que 16 escolas não abriram, enquanto a Secretaria Estadual de Educação informou o fechamento de 1 colégio.
- Impacto nas aulas: Estudantes foram impedidos de frequentar as aulas, devido à insegurança e aos conflitos nas ruas da Penha e regiões vizinhas.
Saúde:
- Unidades de saúde fechadas: A Clínica da Família Ana Maria Conceição dos Santos Correia, localizada na Vila Kosmos, suspendeu seu atendimento, afetando os pacientes da região.
- Outras clínicas:
- A Clínica da Família Zilda Arns, no Complexo do Alemão, mantinha o atendimento, mas interrompeu as atividades externas, como visitas domiciliares.
- A Clínica da Família Aloysio Augusto Novis, na Circular da Penha, interrompeu o funcionamento para garantir a segurança dos profissionais e usuários.
Relatos de Moradores e Visibilidade do Conflito
- Presença policial intensa: Moradores relatam que pelo menos 5 cegos circulavam pela comunidade, com um presidente da polícia sobrevoando a área.
- Fechamento de ruas: Por volta das 6h, os policiais bloquearam os acessos da Rua Uranos, uma das principais vias do Complexo da Penha, para restringir o movimento de criminosos e aumentar o controle da operação.
Ações e Resultados Esperados
A Operação Torniquete segue em andamento, com mais prisões e a desarticulação de facções criminosas como os principais objetivos. As forças de segurança, incluindo a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio (Gaeco/MPRJ), estão mobilizadas para dar continuidade à ação e restaurar a segurança na região.
Embora os confrontos tenham causado graves incidentes na vida cotidiana da população, com prejuízos e impacto nos serviços essenciais, a ação é vista como um passo importante no combate ao crime organizado e no controle das áreas dominadas pelas facções.