A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta sexta-feira (1º), uma operação investigando um ex-chefe de gabinete da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (PROSUS) do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). Suspeito de repassar informações internacionais, o servidor teria recebido R$ 200 mil para beneficiário da Salutar, empresa de alimentação hospitalar envolvida em um contrato de R$ 300 milhões com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF).
Destaques da Investigação:
- Operação Escudero: Primeira fase iniciada em agosto revelou suposto favorecimento no contrato de fornecimento de alimentos para hospitais do DF.
- Favorecimento em contrato milionário: Contrato de R$ 300 milhões entre a Salutar e o Iges-DF foi alvo de supostas irregularidades.
- Crimes investigados: Corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de capitais, com penas que chegam a 30 anos de prisão.
Contexto e Desdobramentos da Operação:
A operação da Polícia Civil, coordenada pela Delegacia de Repressão à Corrupção (DRCOR/DECOR), conta com o apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por meio de suas promotoras PRODEP e PROSUS. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência do investigado, que atualmente ocupa uma carga na Procuradoria-Geral da República (PGR).
Histórico da Empresa e do Contrato
Em agosto, as investigações já apontaram favorecimento à empresa Salutar, que possui um contrato de R$ 300 milhões com o Iges-DF. A validade do contrato se estende até julho de 2025, porém, serviços de baixa qualidade, falta de insumos e atrasos nas entregas de alimentos nas unidades de saúde foram denunciados, evidenciando problemas na prestação do serviço.
Apuração e Afastamento de Executivos do Iges-DF
Entre os investigados na primeira fase da operação estão diretores do Iges-DF, como Caio Valério Gondim Reginaldo Falcão e Antônio Carlos Garcia Martins Chaves. Após as denúncias, ambos foram temporariamente afastados de suas cargas.
Posicionamentos Oficiais:
Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT)
Em nota, o MPDFT confirmou a existência de um inquérito policial baseado em provas de outro processo administrativo e afirmou que o servidor investigado foi afastado. O MPDFT enfatiza seu compromisso com a ética e a transparência, garantindo que trabalhe para esclarecer os fatos e responsabilizar judicialmente os envolvidos.
Declaração da Salutar
A Salutar informou que “recebeu com surpresa” a operação e colabora com as investigações para esclarecer os fatos. A empresa reforçou o compromisso com a legalidade e com a melhoria da gestão contratual, destacando que implementou “avanços significativos” no contrato com o Iges-DF recentemente.
Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF)
O Iges-DF declarou que aguarda o andamento das investigações e que está disponível para fornecer informações que possam contribuir para o esclarecimento dos acontecimentos.
Análise das Implicações e Próximos Passos
A operação Escudero traz à tona questões graves sobre a ética e a gestão de contratos milionários no setor público, especialmente em áreas críticas como a saúde. As investigações avançam e trazem à tona práticas que, se reveladas, envolvem o envolvimento no âmbito hospitalar e comprometem a qualidade dos serviços oferecidos à população.