O assassinato de Marielle Franco, ocorrido em 14 de março de 2018, é considerado um dos mais graves atentados políticos do Brasil no século XXI. A vereadora do PSOL, ativista dos direitos humanos e defensora das causas sociais, foi morta a tiros no Rio de Janeiro, gerando uma onda de indignação e protestos em todo o país.
Recordando o Dia do Crime
Detalhes da Visita ao Local
Anielle Franco, atual Ministra da Igualdade Racial e irmã da vereadora, apresentou sua experiência dolorosa ao relembrar o dia do assassinato durante uma entrevista ao podcast O Assunto, com Natuza Nery.
- Chegada ao Local do Crime:
- Descrição da Cena: “Pego o carro, saio e vou ao local do crime. Consigo chegar relativamente perto e ver a mão da minha irmã para o lado de fora do carro, com o rosto e a cabeça bem desconfigurados. Não me deixe chegar perto”, revela Anielle, destacando o choque emocional ao encontrar a cena do crime.
- Reação da Polícia: A resposta da polícia ao questionar se Marielle havia sido vítima de um assalto foi brutal:
“Recebi uma resposta muito inusitada que, naquele momento, foi um choque de realidade: ‘Não, não está com cara de ter sido um assalto. Também ela estava falando mal de um monte de gente no Twitter, incluindo o PM.” Essa declaração não revelou apenas a insensibilidade da polícia, mas também destacou o clima de hostilidade que Marielle enfrentou por suas opiniões.
Perfil dos Réus e Envolvimento no Crime
O caso envolve uma série de réus, cada um com papéis distintos, estabelecendo uma complexa rede de conivências e motivações.
- Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz
- Função: Principais acusados pelo assassinato.
- Status: Presos desde 2019.
- Ação: Perseguiram Marielle em um Chevrolet Cobalt prata e dispararam contra ela e seu motorista.
- Chiquinho e Domingos Brazão
- Função: Apontados como mandantes do crime.
- Contexto: Irmãos e figuras políticas influentes, motivados por desavenças políticas com Marielle.
- Delegado Rivaldo Barbosa
- Função: Considerado o mentor do assassinato.
- Contexto: Acusações de envolvimento em práticas corruptas e manipulação de investigações.
- Robson Calixto (Peixe)
- Função: Ex-policial militar e assessor de Domingos Brazão.
- Ação: Acusado de ajudar a esconder a arma do crime, reduzir a proteção e conivência dentro das forças policiais.
- Major Ronald Paulo Alves Pereira
- Função: Encarregado de monitorar a rotina de Marielle, de acordo com a delação de Ronnie Lessa.
- Contexto: Revela a profundidade da vigilância e o potencial assédio que Marielle enfrentou.
Circunstâncias do Assassinato
- Dados do Crime: 14 de março de 2018.
- Local: Região Central do Rio de Janeiro, após Marielle participar de um evento na Casa das Pretas, na Lapa.
- Detalhes do Ataque:
- Disparo: Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça.
- Motorista: Anderson Pedro Gomes, que também estava no veículo, foi baleado com três tiros nas costas e morreu.
- Passageira: Fernanda Chaves, que estava no banco de trás, sofreu ferimentos por estilhaços, mas sobreviveu.
- Execução do Crime:
- Perseguição: Lessa e Queiroz seguiram Marielle por cerca de 4 quilômetros.
- Fuga: Após o ataque, os assassinos fugiram sem levar nada, indicando que a motivação não era roubo, mas sim um ato de execução política.
Impacto e Legado
O assassinato de Marielle Franco não destacou a violência política no Brasil, mas também gerou um movimento nacional por justiça e igualdade. A busca por respostas continua a ser uma questão central para a sociedade brasileira, refletindo sobre os desafios enfrentados pelos defensores dos direitos humanos e representantes políticos que se opõem ao status quo.
- Repercussão Social: O caso se tornou um símbolo de luta contra a impunidade e a violência no Brasil, mobilizando cidadãos e ativistas ao redor do mundo.
- Demandas por Justiça: O julgamento de Lessa e Queiroz é visto como um momento crucial na busca por justiça, não apenas para Marielle, mas para todos que enfrentam ameaças e violência por suas opiniões.