Uma denúncia alarmante foi feita por uma família em Cuiabá, onde um recém-nascido perdeu a vida em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Helena. O bebê, que apresentava queimaduras e lesões pelo corpo, foi alvo de uma série de alegações de erros médicos que culminaram em sua morte. A mãe, Raiany Carvalho, de 26 anos, procurou o Conselho Regional de Medicina (CRM) e o Centro Regional de Especialidades (CRE) para relatar as falhas no atendimento.
1. Contexto da Internação
- Nascimento do Bebê:
- O recém-nascido nasceu prematuramente no dia 2 de setembro, após um parto cesáreo devido a complicações relacionadas à centralização fetal.
- Logo após o nascimento, foi encaminhado à UTI Neonatal do Hospital Santa Helena para tratamento especializado.
- Transferência para UTI:
- O bebê foi transferido para a UTI com diagnóstico inicial de desconforto respiratório e glicemia baixa persistente, necessitando de cuidados intensivos.
2. Duração e Condições da Internação
- Período de Internação:
- O bebê permaneceu internado por cerca de uma semana, recebendo alimentação por fórmulas, já que não conseguia amamentar.
- Condutas Médicas e Complicações:
- Durante a internação, o estado de saúde do recém-nascido deteriorou-se, levando a várias complicações graves:
- Trocas de Fórmulas: A mãe relatou que, mesmo após informar a intolerância à lactose do bebê, as fórmulas eram trocadas várias vezes, resultando em diarreia severa.
- Queimaduras e Lesões: O bebê desenvolveu queimaduras e assaduras devido à diarreia e à falta de cuidados adequados.
- Durante a internação, o estado de saúde do recém-nascido deteriorou-se, levando a várias complicações graves:
3. Detalhes das Intervenções Médicas
- Necessidade de Cirurgia:
- Após o agravamento do quadro, os médicos informaram que o bebê necessitava de uma cirurgia de emergência.
- Durante o procedimento, foi constatado que 30 cm do intestino do recém-nascido estavam necrosados e precisaram ser removidos.
- Complicações Pós-Cirúrgicas:
- Quatorze dias após a primeira cirurgia, os pontos se abriram, expondo o intestino do bebê durante toda a noite, e um curativo foi realizado no dia seguinte.
4. Reações e Desinformação
- Falta de Transparência:
- A mãe expressou frustração com a falta de informações claras sobre o estado de saúde do filho, principalmente em relação a uma hemorragia que os médicos mencionaram, mas sem fornecer detalhes.
- Últimos Dias de Vida:
- Na última sexta-feira, o bebê sofreu convulsões e foi diagnosticado com uma infecção bacteriana grave, levando à sua morte no dia 19 de outubro. Raiany compartilhou sua dor ao dizer: “Meu filho nunca mamou no meu peito. Ele inchava e sofria, e eu não pude nem pegar o meu filho.”
5. Reações do Hospital e da Empresa Terceirizada
- Nota do Hospital Santa Helena:
- O hospital afirmou que não pode comentar sobre os atendimentos na UTI, alegando que a gestão está sob responsabilidade da empresa terceirizada Escomed Assistência Médica.
- A administração ressaltou seu compromisso com o cuidado e a humanização, mas reconheceu que o contrato com a UTI Neonatal foi rescindido e que o processo está em segredo de justiça.
- Resposta da Escomed Assistência Médica:
- A empresa se defendeu afirmando que o bebê chegou à UTI em estado grave, com infecção e insuficiência respiratória, e que todas as medidas necessárias foram tomadas, incluindo acompanhamento multiprofissional.
- A empresa mencionou que as feridas e hematomas são comuns em pacientes críticos e que a hemorragia foi uma complicação resultante de uma das cirurgias.
6. Impacto e Reflexões sobre o Caso
- Questões de Responsabilidade:
- O caso levanta importantes questões sobre a responsabilidade e a qualidade dos cuidados em UTIs Neonatais, especialmente em situações de emergência e tratamento de recém-nascidos prematuros.
- Humanização e Transparência:
- A necessidade de humanização nos cuidados hospitalares é fundamental, e a transparência na comunicação entre médicos e familiares é essencial para evitar tragédias semelhantes.
Este trágico relato da família expõe a fragilidade do sistema de saúde e as dificuldades enfrentadas por mães e bebês em situações críticas. A história do recém-nascido e os desafios enfrentados pela mãe ressaltam a importância de um atendimento médico humanizado e responsável, capaz de garantir a saúde e o bem-estar dos pacientes.