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A tensão crescente entre os líderes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e as potências ocidentais coloca o Brasil em uma posição delicada no cenário internacional. Especialistas alertam que a percepção do bloco como uma aliança “anti-Ocidente” pode dificultar as relações diplomáticas do país com seus parceiros tradicionais. Este artigo explora as dinâmicas internas do BRICS, os desafios enfrentados pelo Brasil e as implicações para a política externa do país.
O Cenário Atual dos BRICS
1. Liderança e Objetivos da Cúpula dos BRICS
- Data e Local: A Cúpula dos BRICS ocorre em Kazan, Rússia, com a participação de líderes globais, incluindo o presidente russo Vladimir Putin.
- Objetivo da Cúpula: Demonstrar que a Rússia não está isolada, reforçando sua influência por meio do apoio de líderes como Xi Jinping (China) e Narendra Modi (Índia).
- Contexto Global: O encontro é realizado em um momento crítico, com a invasão russa da Ucrânia e o aumento da rivalidade entre as potências ocidentais e os BRICS.
2. Evolução do Bloco e Novas Adições
- Origem dos BRICS: Criado para promover as economias emergentes e reformar instituições internacionais dominadas pelas potências ocidentais.
- Novos Membros: Em 2023, países como Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos se juntaram ao bloco, e a Arábia Saudita está em processo de adesão.
- Implicações: A inclusão de países autoritários levanta questões sobre a coesão do bloco e seu compromisso com princípios democráticos.
Desafios para o Brasil
3. Posição Delicada do Brasil no Cenário Internacional
- Percepção Global: Os especialistas observam que a participação do Brasil nos BRICS pode dificultar suas relações com os países ocidentais, especialmente em temas sensíveis como conflitos contemporâneos (Ucrânia, Gaza e Venezuela).
- Citação de Guilherme Casarões (FGV) : “A presença do Brasil no bloco pode dificultar a manutenção de canais de diálogo com países ocidentais, o que será um grande desafio para os próximos anos.”
4. Estratégia da Administração Lula
- Abordagem Construtiva: O governo Lula busca manter uma política externa construtiva, evidente nas pacíficas para a cúpula do G20 que ocorrerá no Rio de Janeiro em novembro.
- Equilíbrio nas Relações: O Brasil tenta equilibrar sua posição no BRICS com a necessidade de manter relações sólidas com potências ocidentais.
Discussão sobre a Inclusão de Novos Membros
5. Criação de uma Nova Categoria de Países Parceiros
- Reunião em Kazan: O BRICS discutirá a criação de uma nova categoria de países parceiros, com cerca de 30 nações interessadas, incluindo Venezuela, Nicarágua, Bolívia e Turquia.
- Pressão Brasileira: A inclusão de países como Venezuela e Nicarágua foi evitada, destacando a preocupação do Brasil com a presença de regimes autoritários no bloco.
Implicações para a Democracia e a Geopolítica
6. Ameaças à Democracia Dentro do Bloco
- Regimes Autoritários: A inclusão de países como Irã, Egito e Arábia Saudita levanta dúvidas sobre os objetivos do bloco e seu compromisso com a democracia.
- Análise de Casarões: “Historicamente, somente Brasil e Índia são regimes democráticos. A recente expansão do bloco agrava a situação.”
7. Divergências Internas no BRICS
- Visões Conflitantes: O Brasil e a Índia desejam evitar a rotulação como “anti-Estados Unidos”, enquanto China e Rússia têm objetivos mais confrontacionais.
- Goulart Menezes (UnB) : “Um bloco muito grande pode se tornar inoperável, o que pode diminuir a influência do Brasil.”
O Caminho Adiante para o Brasil
8. Perspectivas para a Presidência do BRICS em 2025
- Temas Prioritários: Na presidência do BRICS em 2025, o Brasil deverá focar no combate à fome, no desenvolvimento sustentável e na redução da desigualdade.
- Riscos Comerciais: O Brasil pode enfrentar retaliações comerciais e perdas de competitividade, como observado com a Arábia Saudita sob pressão dos Estados Unidos.
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