Nos últimos anos, a urbanização acelerada tem transformado Cuiabá, antes conhecida como ‘cidade verde’, em um espaço dominado por concreto e asfalto. Uma pesquisa realizada pelo curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aponta que apenas 26% da cidade é arborizada, muito abaixo da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere a presença de 12 m² de área verde por habitante.
O aumento da temperatura é alarmante, com Cuiabá registrando 44,1°C em agosto, a segunda maior temperatura em 113 anos. Essa situação se agrava pela ausência de árvores, fundamentais para mitigar o calor urbano. O livro “Verde Urbano” enfatiza que áreas com vegetação podem reduzir a temperatura local em até 3°C.
A pedagoga Rozineth Tereza dos Santos, que trabalha em uma creche na capital, relata que a falta de áreas verdes contribui para problemas respiratórios e desconforto devido ao calor excessivo. A engenheira florestal Jaçanan Eloisa observa que a retirada de árvores começou na década de 80, quando a cidade começou a se expandir rapidamente, sem planejamento adequado.
Além de afetar a saúde e o bem-estar da população, a redução da vegetação impacta a biodiversidade local. Um mapeamento de 2019 indica que algumas cidades de Mato Grosso, como Rondonópolis, têm apenas 8% de área verde, enquanto Sorriso conta com 29%.
Para melhorar a situação, é crucial adotar um planejamento que considere a escolha de espécies adequadas para o plantio, visando a criação de um ambiente urbano mais saudável e sustentável.